DataBank´Zoo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

VOCÊ É DALTÔNICO?



Quem tem visão normal vê o número 57. Quem tem dificuldades com o verde e o vermelho vê 35.



É comum obter o diagnóstico só na idade adulta, quando o problema dificulta o exercício profissional. Estudante de Geologia não conseguia distinguir cores dos minerais.

Se você não é daltônico, talvez conheça alguém que é – mesmo que a pessoa não saiba disso. Isso acontece porque muita gente só obtém o diagnóstico tardiamente, como o estudante Rafael Barbosa, de 25 anos.Ele foi diagnosticado daltônico no fim de 2007, quando já havia trancado a matrícula no curso de Geologia da Universidade de São Paulo (USP). “Em trabalhos de campo, eu não via muitas coisas que os outros viam. Às vezes, os minerais são muito pequenos e você os identifica pela cor, isso pesou na decisão [de deixar o curso]”, relata o estudante. Grande parte d
os daltônicos só confirma o diagnóstico na fase adulta, depois de quebrar a cabeça para entender tanta confusão com as cores. “Lembro muito bem de uma vez na escola em que era para retratar as férias com um desenho. Ia pintar a praia e o mar e pintava o mar de azul e a praia de verde”, lembra o estudante, com risadas.Situação semelhante ocorreu com o professor Rogério Carlos Novais, do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ele só teve certeza de ser daltônico após os 20 anos, época em que seu futuro profissional começava a ser delineado.INCIDÊNCIAGraduado em Biologia, Rogério Novais fez mestrado e doutorado na área e hoje se dedica a estudar a ocorrência do daltonismo em alunos de ensino fundamental, médio e superior na cidade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro. “A frequência é de 5% a 8% em homens e, mais ou menos, 0,5% em mulheres”, informa o professor. Ele explica por que a incidência nas mulheres é menor: elas têm dois cromossomos X e precisam ter o gene recessivo causador do daltonismo nos dois para manifestar o problema. Os homens têm somente um cromossomo X e basta que ele tenha o gene recessivo para odaltonismo aparecer. Ele lembra que o daltonismo não tem cura, mas conhecer o diagnóstico ajuda a pessoa a não passar por dificuldades causadas pela deficiência de visão. “Pode ajudar no processo de ensino e de aprendizagem”, exemplifica, incentivando professores a dar atenção especial aos daltônicos durante aulas que envolvam cores – as de mapas e gráficos, por exemplo. Por fim, vale destacar um conselho de Rafael: quem é daltônico pode usar diversos artifícios para minimizar os problemas causados pela confusão de cores e ter sucesso na carreira que escolher. Segundo ele, a dificuldade com as cores foi só um dos motivos que o fizeram deixar os estudos de Geologia. A principal razão foi não gostar da carreira. Em 2010, Rafael começou a cursar Arquitetura na Universidade Mackenzie. “Daria para ter me formado e seguido a carreira. Ia sentir mais dificuldade, mas seria possível. Quem é apaixonado por essa área, deve fazer, mesmo sendo daltônico. Até porque tem partes da Geologia em que usar cores não é tão importante”, comenta Rafael.


por Fábio Brandt



http://guiadoestudante.abril.com.br/vestibular/noticias/descobrir-daltonismo-pode-melhorar-vida-escolar-545415.shtml

Um comentário: